{ aquela conversa comigo mesma, de mim mesma }
- eu não disse
mais nada, recostei meus olhos nas mãos, como se fosse adiantar algo, como se
fosse trazer alguma sabedoria de gente velha, de gente gasta do tempo, cá estou
eu diante da minha janela, vendo as luzes dos apartamentos acesas querendo dar
vida a elas, imaginando o que se passa em alguma dessas salas, se tem gente
brigando, conversando sobre política, do aumento do preço do tomate, ou só falando de amores já passados,
transbordados...
Se me mandar uma
carta de amor eu derreto, eu berro te amo, eu viro gente, meus suspiros são tão
longos que me assusto, ando tão a flor da pele.
Pena que quando
cresce esqueci de trazer junto aquela minha audácia de amar.
Da moça estrangeira de si.
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