{ pois um dia tudo realmente chega ao fim}



- eu já disse tantas vezes cretinamente que tínhamos terminado, que não tinha mais nada entre nós dois, se é que ouvi algum dia algo em conjunto, sempre gostei sozinha, sempre me corroí sozinha, sempre foi você me comendo, eu te amando...
Eu estou lotada de axiômetros sobre tudo isso, cadê as minhas certezas, hoje demorei pra sair da cama, você me causo feridas profundas, olho de relance pro chão e vejo os cacos,aqueles cacos enormes , é isso que somos, cacos, pedaços quebrados de gente, eu tento me equilibrar na cama, que tolinha que sou, mal consigo abrir meus olhos, toda aquela sua ausência do termino me deixou bêbeda de certezas.
Começamos isso daqui quando mesmo ?! 2010  - e estamos arrastando isso até hoje, minto, me arrastei até ontem, mal consigo encontrar palavras, elas fugiram de mim, eu to lotada de magoa, aquela vontade de sentar na sarjeta e beber todos os dias, e dormir por lá, e  me virar por lá, tenho a sensação que você me deixou vazia de tudo.
Abro as portas de mim e só encontro poeira, eco, vãos largos.
E tudo que sobrou de mim nisso tudo são longas e salgadas lagrimas, a comida tem sido enfiada pela minha goela, eu não to sorrindo, eu não to passando batom vermelho, eu to quebrada, eu to rasgada, eu moída, você me pisou, me destroçou com a suas falsas asas de anjo, você me devastou.
E eu virei gente sem memória afetiva.
E mesmo assim, eu decidi te deixar ir de mim, foi isso que aconteceu, finalmente entendi que você me nutria de uma dor sem necessidade deu sentir, finalmente assumi os riscos, os choros de madrugada, as bebedeiras e te deixei ir, e mesmo que isso me deixe vazia, me deixei com lacunas, eu me entendo, eu me consolo, eu me abraço firme.

Da moça estrangeira de si. 

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