[arroz, feijão e carne suculenta]


- penso aqui, Gaúcho, quanto tempo temos, quantas vezes ainda virei aqui, desarrumarei tua cama, despentearei seu organizado lar, quero saber quantas vezes ainda terei que esperar você autorizar minha subida pra quele porteiro ranzinza, quantas ?!
Ele acarinha meu pescoço, vai descendo no meu seio esquerdo mordendo, salivando, e eu ali em êxtase, ali entregue aquele carinho e mesmo sabendo que ele faz o que faz pra não me responder, eu simplesmente apago de prazer.
E no fim, faço tudo de novo, aguento os olhares das vizinhas faladeiras, suporto o azedume do porteiro, e digo isso assim feliz da vida, por viver hoje o que há tempos não viva essa coisa carnal, tenho por ele um apego de selvagem.
E apego como esse a gente não mede esforços, não regula retribuição.


Capitu. 

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