[sobras de lençóis]
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quero acalmar meu corpo, que seja com seus dedos que seja com sua fome de carne
humana- que seja com seu destempero, com sua tremenda falta de zelo. Vou dizendo toda essa declaração de cama,
enquanto ele simples de tudo, vai vestindo a cueca de marca, organizando o que
vai colocar no bolso da calça.
E eu
ali entregue aos lençóis quentes, com seios de fora, com as pernas cruzando o
que sobrou da manta que se arrasta ao chão, ele mal olha pro meu corpo, mal me
observa, termina de se vestir, de se juntar, e vai seguindo pra porta e me olha
com ironia, com um ar de que sabe que manda em mim e múrmura, - quando se
vestir, feche a porta e deixe a chave com o porteiro.
Capitu.