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Mostrando postagens de agosto, 2014

[repouse teus dentes em mim]

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Tatuagem by Elis Regina on Grooveshark - eu pensei que não teria mais esse gosto na boca, toco meus lábios e tem ainda tua pele suada, encosto as costas da mão e tem teu cheiro de bicho feroz em mim, se queres saber sou vadia, desvairada, dessas que saí berrando no bar quando sente ciúmes, quanto está amando, você não sabe meu homem, mas te amo. Meu corpo tem espasmos quando você senta do meu lado. Meu corpo treme, molha quando desce os lábios pelo meu seio. Subo no palco, tasco o microfone do cara bêbado e começo a minhas andanças, troco a musica do karaokê começo a minha “tatuagem” em uma mão o microfone, noutra o meu copo suado de cerveja, os cabelos curtos, os lábios avermelhados e os olhos loucos por ti. e na tentativa furada, sussurro: “quero fica no teu corpo feito tatuagem...” e lá no fundo ele bebe sua cerveja. – desço com classe do palco, troco de copo, agora balanço com a tequila, e de frente  a ele declaro: - meu corpo é vadio. Meu corpo é teu meu senhorio, é

[a veia que escorre]

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- se quer saber não caibo mais aqui. As roupas tomaram um formato que não é mais meu, o gosto da bebida é ácida, tento adiar eu, adiar as novas tentativas de ser, fico aqui tentando a todo custo não querer mais viver uma realidade que se faz urgente, essa questão de não amar mais o que nunca me amou, essa questão de parar de escorrer nos outros como chuva de verão em quintal alheio. Quero uma vez na vida não acorda com gosto de tequila requentada dentro de mim, vou acorda um dia com cara nova, quem sabe sem o passado aí me cobrando contas e mais contas, dividas e mais dividas, paguei caro por amar quem amei, pago caro por ainda amar quem amei. O amor não é uma via de mão dupla, ele é o suicídio de quem não tem amor próprio. Capitu. 

[ sobre amores generosos]

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E se não me amou antes, como vai me amar agora?! Como vai me amar já?! O meu amor anda tendo pressa anda tendo urgência, ou me ama já ou não me ama, não há mais a opção de me enrolar, dizer que ama depois desamar, quem ama não dês-ama, a gente larga, mas não deixa de amar, a gente some, mas não deixa de ficar paralisado quando se reencontra. Não deixa de ter os olhos molhados de emoção, não deixa de ter os olhos saudosos, não deixa de ter amor, quem dês-ama ainda ama, com cuidado, com muitos nãos na boca, mas sinceramente não deixa de amar, pois mesmo sendo não correspondido, é amor. E amar é uma emoção sem tamanho, amar alguém é se doar generosamente! Capitu 

[ questionamentos]

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- Você ainda espera o que de mim ?! Perguntou aflito já o tal douto, enquanto ele colocava papeis e mais papeis em sua maleta, eu ia balançando os pés na cadeira, imaginando o qual seria me resposta, qual seria meu drama, qual seria minha atuação.... - De verdade?! Nada mais, ou mais, eu só queria que você me amasse como eu sou, destemperada, bêbada, dolorida, e eu vivo me desculpando por ser tão eu!  Cansei de lhe explicar, não sou convencional, gosto de carne, pouco me importa se você quer casar, quero saber seu posso ter sua pele, seu posso me alimentar de você, e será que é isso que você quer?! Capitu.  

[ inocências alheias]

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- ele é inocente, comento com meu espelho. Aquele sujeito que acredita que papai Noel existiu mesmo, que a fada do dente acontece, ele é sujeito que no meu melhor momento levo no papo, coloco no bolso, tinha perdido esse meu faro pra homens inocentes... E meu espelho rindo da minha folia, enquanto conversávamos sobre o homem inocente que está trabalhando com meu irmão, me alerta: - Capitu, ele pode ser inocente para algumas coisas, mas vai por mim nessa brincadeira quem pode se ferir é você! Cheguei mais perto do espelho e antes que ele me renda-se nessa conversinha afiada, respondi: - Creio que não, uma coisa aprendi nesses desamores da vida, gente inocente nunca dá vontade de larga a mão, gente inocente querido espelho é gente que faz a vida da certo. Capitu. 

[refeição que não alimenta]

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- não tenho feito esforço, quem me dera. O que mais tenho feito é sentir saudades, o que mais tenho sentido é falta de qualquer esboço de querer que venha de você, digamos que estou assim sem novidades, esperando e esperando, sou a moça da espera. Você judia de mim. Judia do meu coração mole, judia do meu corpo. Seu único compromisso, sempre foi esse, de judiar de mim, de me tratar como comida requentada que não mata fome, essa sou eu pra você, uma comida que não alimenta. Capitu. 

[ruinas, conquistas e permissões]

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- gosto de você, Tom! Gosto pra valer, o tempo foi cruel conosco, nos afastou, hoje você tem aliança no dedo, faz da sua vida o que sua esposa manda, come verduras, faz academia, seguiu o rumo que seu pais queriam de ti, não tem recaídas, muitos menos fuma aquele baseado de antes, e por mais saudade que tenho do seus olhos famintos por nós dois, eu me afasto, não quero carregar mais uma vez que estraguei sua vida. Ele me olha atento, ajeitando a gravata, hoje ele se tornou um dos melhores administradores, conhecedores dos números como ninguém, deixaria qualquer matemático com raiva, olhou pros lados procurando gente conhecida, não encontrando, se encostou a mim e disse. - na verdade te procurei querendo que você arruinasse o que construí. Sempre gostei dessa sua facilidade em destruir o que conquistei por obrigação alheia. Capitu. 

[onde vens]

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comece como quiser, como tiver vontade, como tiver apreço, não vou ditar regras, não vou ler cronograma, nem roteiro de filme de quinta, não vou te limitar, não gosto de limitar as pessoas, muito menos o que elas podem me oferecer. – imposição não faz bem ao amor, não faz bem a quem queremos casar os olhos, casar as pernas, casar a alma- - sinto saudades dessa brisa que vem do seu cigarro, saudade desse seu perfume comprado em liquidação de loja falida, sinto saudade desse teu mau gosto pra comida, pra roupa, desse teu gosto acido pra vinho, não é saudade meu bem, é falta, falta de me despedaça na esquina. Falta. - falta de você soprando a fumaça do seu cigarro no meu pescoço, falta de você!  Capitu. 

[dessa gente cretina]

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- você ainda vai ouvir falar de mim. - isso é uma forma de ameaça?! Olho pra ele, pro meu copo suado, engulo o liquido meio morno e vou seguindo pro rumo da porta, e no seu arauto de pobreza sentimento, ele me encosta na parede e continua a pergunta cretina, seu estava lhe ameaçando. Afasto o seu braço do meu corpo, limpo o canto da minha boca, e digo risonha da vida, - olhe bem pra mim, olhe mesmo, e agora me diga, quando é que perderia meu tempo com essa sua vidinha de merda?! Ter trepado com você, não significa que minha vida está atrelada a sua. Não vivo de ameaças, mas aprendi nessa vida que as pessoas sempre recebem da vida o que elas deram pra ela, e pode demorar, mas a vida é justa, e um dia ela será justa contigo também, e nesse dia estarei ali bebericando minha tequila e brindando a vida. E encare esse fato como bem quiser. Capitu. 

[sobras de lençóis]

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- quero acalmar meu corpo, que seja com seus dedos que seja com sua fome de carne humana- que seja com seu destempero, com sua tremenda falta de zelo.  Vou dizendo toda essa declaração de cama, enquanto ele simples de tudo, vai vestindo a cueca de marca, organizando o que vai colocar no bolso da calça. E eu ali entregue aos lençóis quentes, com seios de fora, com as pernas cruzando o que sobrou da manta que se arrasta ao chão, ele mal olha pro meu corpo, mal me observa, termina de se vestir, de se juntar, e vai seguindo pra porta e me olha com ironia, com um ar de que sabe que manda em mim e múrmura, - quando se vestir, feche a porta e deixe a chave com o porteiro. Capitu.  

[valentia]

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-  eu te quero. Aqui na minha cama, desarrumando meu lençol de quinta, mordendo minha bunda, meu seio, quero você me dando tapa na cara, puxando o pouco de cabelo que tenho, quero você aqui se fartando de mim, se fartando do que tenho pra você Ele me olha com o cigarro nos dedos e diz sorrindo: - Capitu, você não sabe onde pisa. E retruco a ele. - Quem não sabe onde está deitando é tu, eu sempre sei onde me alimento me deito, e onde gozo, sempre. Capitu. 

[arroz, feijão e carne suculenta]

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- penso aqui, Gaúcho, quanto tempo temos, quantas vezes ainda virei aqui, desarrumarei tua cama, despentearei seu organizado lar, quero saber quantas vezes ainda terei que esperar você autorizar minha subida pra quele porteiro ranzinza, quantas ?! Ele acarinha meu pescoço, vai descendo no meu seio esquerdo mordendo, salivando, e eu ali em êxtase, ali entregue aquele carinho e mesmo sabendo que ele faz o que faz pra não me responder, eu simplesmente apago de prazer. E no fim, faço tudo de novo, aguento os olhares das vizinhas faladeiras, suporto o azedume do porteiro, e digo isso assim feliz da vida, por viver hoje o que há tempos não viva essa coisa carnal, tenho por ele um apego de selvagem. E apego como esse a gente não mede esforços, não regula retribuição. Capitu. 

[cigarro.]

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- pensei que tinha parado com essa mania, pensei que não existia mais cigarro na sua bolsa, muito menos na sua boca. Enquanto o homem mais velho vai reclamando até a geladeira, fico brincando com a fumaça que faço com o cigarro nos dedos, ele continua dizendo que já parou de fuma e que gostaria que fizesse o mesmo, e eu, bom ainda me fascinando com a fumaça e com a paz que sinto quando solto a fumaça pelo apartamento limpo. Que cheira campo, que lembra a sítio. Ele senta perto de mim, pega o cigarro dos meus dedos e pita, coloca o cigarro perto do nariz, fecha os olhos e passeia o dito cujo pelas narinas e concluiu: - ele só não é melhor que tua pele. Capitu. 

Meu bem.

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Essa é pra você, essa sou eu pra você, esses dias pensei: - por mais quanto tempo vou fingir que não lhe amo? não é amor de livrinho babaca, não mesmo, é amor de carne, de salivar a boca, de deixar o canino dos meus dentes ansiosos. Meu bem, eu te quero apenas pra janta. Pra saciar minha fome de cama. Eu te quero pra isso, te desejo pra isso, lhe amor por isso. Capitu.