Era dia ainda – fazia um sol tímido, quase dizendo tchau, e eu bati na porta do seu apartamento, meio aflita, com os olhos brilhosos, esperando algo de toda essa nova conversa, minha tia tinha ido resolver alguns assuntos, eu ali na porta do vizinho dela, querendo dar uma de menina adulta... Ele abre a porta com cara de ressaca, de quem bebeu todas e esqueceu até a dignidade no balcão do bar, ele sorriu pra mim e deixou a porta aberta, entrei devagar, e fiquei impressionada pela sua organização, ele caminhava pra janela e eu toda besta vendo ao longe o calçadão carioca, vendo ao longe o sol se despedindo da gente... Ele diz que não está bem, eu digo que não tem problema, que faço companhia, ele deita na cama e eu do lado direito me achego, viramos o rosto ele sorri com os olhos e começa dizer, aceita, água, suco, todinho ?! Dou risada e ele prolonga, café, vodka, vinho, e sem eu esperar ele oferece, amor ?! me achego a ele e digo que aceito o amor. - ai que saudades me