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Mostrando postagens de junho, 2013

{ as coisas medidas pela sabedoria do tempo}

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“era o tempo que brincava entre nós dois! era o tempo que vivia nos meus olhos de ressaca, era o tempo, ah tudo amô de tempo, de tempo às choradeiras, as falhas, as revoltas, os ventos, de tudo de tempo amô! mas nunca de tempo ao amor....” da moça estrangeira de si. 

{uma carta de amor}

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Três da manhã, você com os braços tomando conta do mundo, da cama, de mim, a barba tratada à calça esparramada no quarto, camisa em mim, gravata no criado mudo, você não percebeu, mas eu virei alguém só pra você. Da moça estrangeira de si. 

{ dos novos revestimentos internos}

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Eu entro naquele boteco, já conhecido, desconhecida, renovada, desta vez digo feliz da vida, sou outra, sou destemida, não visto mais peças velhas sentimentais, ajeito a minha franja larga do cabelo curto, e peço pro dono do boteco, um copo com vinho, brindo a uma nova felicidade, do lado dois amigos conversam, com uma voz cansada, de quem já bebeu a noite inteira, enquanto o de branco lamuriava, o de camisa listrada me sorria... Da moça estrangeira de si.  

{ pois um dia tudo realmente chega ao fim}

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- eu já disse tantas vezes cretinamente que tínhamos terminado, que não tinha mais nada entre nós dois, se é que ouvi algum dia algo em conjunto, sempre gostei sozinha, sempre me corroí sozinha, sempre foi você me comendo, eu te amando... Eu estou lotada de axiômetros sobre tudo isso, cadê as minhas certezas, hoje demorei pra sair da cama, você me causo feridas profundas, olho de relance pro chão e vejo os cacos,aqueles cacos enormes , é isso que somos, cacos, pedaços quebrados de gente, eu tento me equilibrar na cama, que tolinha que sou, mal consigo abrir meus olhos, toda aquela sua ausência do termino me deixou bêbeda de certezas. Começamos isso daqui quando mesmo ?! 2010  - e estamos arrastando isso até hoje, minto, me arrastei até ontem, mal consigo encontrar palavras, elas fugiram de mim, eu to lotada de magoa, aquela vontade de sentar na sarjeta e beber todos os dias, e dormir por lá, e  me virar por lá, tenho a sensação que você me deixou vazia de tudo. Abro as por

{ aquela conversa comigo mesma, de mim mesma }

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- eu não disse mais nada, recostei meus olhos nas mãos, como se fosse adiantar algo, como se fosse trazer alguma sabedoria de gente velha, de gente gasta do tempo, cá estou eu diante da minha janela, vendo as luzes dos apartamentos acesas querendo dar vida a elas, imaginando o que se passa em alguma dessas salas, se tem gente brigando, conversando sobre política, do aumento do preço do tomate, ou  só falando de amores já passados, transbordados... Se me mandar uma carta de amor eu derreto, eu berro te amo, eu viro gente, meus suspiros são tão longos que me assusto, ando tão a flor da pele. Pena que quando cresce esqueci de trazer junto aquela minha audácia de amar. Da moça estrangeira de si.  

{ da passagem de maio, dos anos novos, e da cigana}

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- não sou dessas que fica dando boas vindas e adeus aos meses que se vão, nem folinha com dias eu tenho, male má vejo o calendário com letras miúdas que tem no meu diário, quem diria maio se foi e com ele mais um ano de vida, fico feliz em saber que desta vez apaguei minhas velas ao lado do doutô ... As festa com bexiga eu deixe no inverno dos 15 anos, hoje eu tenho brindado a base de tequila, tenho brindado a vida nova com gente estranha, isso tem me feito bem, antes de apagar as velas ao lado do doutô, conheci uma tiazinha que bebia com classe sua pinga no bar do Antonio, ela disse que sabia ler o destino, eu e a minha mania de encontrar cigana pelas ruas tortas da minha vida ... Eu vestida pra festa particular deixei minha mão para ela se aventurar, ela tinha os dentes pouco dourados, mas tinha olhos sujos do tempo, sujos da areia dos lugares em que ela povoou... Ela puxou minha mão para sua vista um pouco cansada, largou o copo da dose na mesa, e me disse: - menina que l