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Mostrando postagens de dezembro, 2016

[ aguaceiras ]

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O tanto que fugi, corri mesmo, busquei esconderijos, fui levando tudo isso da forma mais leviana possível, amar não é como nas novelas, a historia é diferente, as pessoas não estão tão dispostas, relevar é inédito, o que quero dizer deste ano é confuso, perdi, o meu lucro não deu nem pra tequila do bar do seu zé, to quebrada, a esperança pode estar dentro de uma garrafa na geladeira, em mim, nada fincou, não tem listas, desejos, ou até tenho e me falta ar pra resenhar eles.... que no próximo ano eu não perca tanto. Capitu 

[ saltos ]

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...deveria ter falado antes, a correria do meu medo adiou tudo isso, saiba que é saudades, que é amor mal resolvido, vivido, em fim, classifique como quiser, como entender ou achar melhor, deitar na tua cama adulta, passar meus dedos na sua barba, no seu corpo, em você, me fez encontrar pedaços, encontrar soluções, lhe desejo todos os dias, como criança deseja sobremesa antes da comida, como mãe espera o pai no fim da tarde, como a gente espera a chuva em dia de mormaço, fico aguada ao te trombar na vida. Capitu 

[ estradas ]

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- e aí você entra aqui como se nada tivesse acontecido, como se fossemos velhos amigos, desses que manda textão todos os dias pelo whatsapp, não somos, faz tempo que nem te pergunto como está o tempo aqui em Santa Rita, a quantidade de vezes que quis bater na sua vida, a quantidade de sentimentos, desejos, a quantidade de vida que quis viver com você.... bicho perdoa rápido, o ray ray vai dançando nas pernas dele como se fossem velhos amigos, ele afaga meu filho com o mesmo apreço que afagaria qualquer pessoa, as pessoas envolta iam seguindo o ritmo natalino, trocando presentes, beijando fulano, trocando de copo, e a gente ali, o bicho se cansou do carinho, saiu atrás de comida, ele foi se ajeitando, e lembrei o quanto é doloroso perdoar o que nem sempre foi por querer. Capitu 

[ fronteiras]

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- pra que adiar ? vai lá enfrenta, conversa, ficar aí esperando que os sentimentos se resolvam como a chuva resolve seca, não dá. As pessoas iam passando, carregando caixas, toda essa pressa não me comoveu, fui despedaçando meu pão de queijo como se fosse dividir com mais de vinte pessoas, e ela insistia, dava rotas, diálogos, possíveis cenas de beijo, antes de colocar as malas do carro, fui atrás da cigana, conversamos baixo, tinha vergonha do que pedia, ela com os dentes de ouro brilhoso botou fim na espera, - ele vai lhe aguar. e entre essas duas conversas, entra apressado, um moço de roupa de peão, trombando nos panetones a mostra na bancada da padaria pedindo um pingado, coloca o chapéu na mesa, coça a barba rusticamente, vai partindo o pão, bebendo, conversa com fulano ali, deseja boas festas pra vizinha, a fome passa, minha prima se cala e seguimos pra mesma fila, a gente tinha se visto, mas não se cheirado, a gente se encontro como rio. Capitu 

[ emoções ]

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a locomotiva da vida nos embola as vezes, nos atropela por bem dizer, quantas vezes atravessamos as ruas, tropeçamos em paralelepípedos achando a coisa mais normal do mundo, essas desatenções não se comparam com as causadas pela falta de coerência ao amar, o ato de revisitar deveria ser mais tranquilo, mas não, são cinco horas da manhã e estou aqui abraçada a uma garrada de tequila obrigando o universo fazer tudo isso descer melhor, aí penso que a vida não é um liquido, ela arde, mas não é tão maleável assim. Capitu 

[ verão e o começo ]

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a memoria é um item interessante da gente, tem hora que preciso resgatar algo e não consigo e quando não me anima relembrar, lá está o assunto povoando minha boca e meu desejo, a gente se reencontrou duas vezes, três, meses, não é exato, mesmo assim aqui está você, aqui está o desejo, a vontade, aqui está. Capitu 

[ primeira(s) vez(es) ]

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ainda é recente, a saudade, a dor, tudo é inédito, as diferenças que tenho com minha mãe, nunca tivemos, o seu sorriso constante, seu andar firme, sua sedução, suas cores, ah quantas cores emendava de você, essa ausência me assusta, não conseguir abraçar sua totalidade, não te trombar na rua, não te amar visualmente, como foi mesmo aquele dia de sol ? como aconteceu aquele samba? Tentei roubar uma vez um batom seu, só pra me ver adulta, tentei imaginar ser sua filha, tentavas rebeldes confesso, a mulher que sempre me balançou foi você tia, qual é a graça de bota cor nos lábios se você não vai roubar pra você? qual é a graça de tentar ser mulher sem ter o seu reflexo, qual é a graça, como coloco você nos meus olhos sem ter dor ?  como andar sem ter seus vestidos floridos dando cor pra casa cinza de paredes rebocadas ? a segunda mulher da minha vida sempre será você, sempre será você. Capitu 

[ diferenças ]

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o mesmo gosto, parece que nada colabora pra ter novas experiências, que trabalho é esse da vida em não me dar nada de novo? que dificuldade é essa em deixar eu ter novas salivas, quem tem a perder comigo degustando novos sabores? a casa ta quentinha, essa questão de comer junto, de dar as mãos, de dar abraços, essa formalidade de sempre desejar o mesmo sentimento... dias assim me sinto repetitiva, me obrigando a ser renovação, como se fosse tão logico. Capitu 

[ enlaces ]

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aquele esgotamento, a vontade de ficar parada, faz um tempo que ando precisando de espaço, o quarto virou um amontoado de caixas, o ray-ray se acomoda em qualquer canto, qualquer lugar é casa pra ele, me falta essa espontaneidade, tudo preciso ter chão, esse tempo que não esfria, esse cômodo que nunca foi meu, essa bebida que não gela, esse amor que não encerra. minha tia colocando os copos na mesa, rindo das velharias sentimentais, fez aquela confissão de meia boca, querendo, mas se arrependendo do que vai falar, que todos os dias é um olhar no que não foi, no que ela tinha certeza que não seria, mas é aquele olhar de quem sabe, a gente se reconheceu ali, todas as mulheres da família se reconciliando com o que não foi, todas ali aos prantos sabendo o quão dolorido é conviver com tudo aquilo que nunca foi nosso. nesse momento não éramos só sobrinhas, tias, mães, éramos mulheres. Capitu. 

[ jogos ]

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ninguém gosta de perdas, as pessoas não funcionam para sorrir esportivamente, as pessoas vencem, passam por cima, o caminho pode conter perdas, mas não essas que a gente conta em mesa de bar, meu primo alertou, minha mãe conversou por horas comigo, os conselhos não funcionam quando você simplesmente quer vencer.  Capitu 

[faltou dizer]

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não tinha mais condições descer tantas caixas, meu irmão já estava irritado, a casa amarrotada de coisas inúteis e velhas, minha mãe berra da cozinha que são objetos de natal de gerações, ela fala como se isso resultasse em termos apreço, todo mundo decidiu vir pra Santa Rita, é todos eles, aquelas pessoas que a gente tenta puxar assunto, que tenta entender o motivo delas continuarem a ter o comportamento mesquinho e machista, nunca dou conta das pessoas do meu sangue. nunca. meu pai com toda a delicadeza do mundo explicava este fato a minha mãe, onde escreverem essa norma de que só porque é família as pessoas precisam ama-las ? Capitu .

[ cobertura ]

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a velocidade que a moça passava os produtos aumentava o calor, a ansiedade e a canseira de certos pensamentos, nessa época do ano minha mãe cria uma paciência, conversa com todo mundo, aconselha usar laranjas no molho do tender, conhece novas simpatias pro final de ano, com tudo isso acontecendo a garota do caixa continua tranquila, item por item, lá estamos, no calor imenso, no desespero pra pular na água fria, de engolir a cerveja com a desculpa do dia que não colabora,  ali estou, me equilibrando no desespero. Capitu 

[ forças ]

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em nenhum momentos fomos honestos, a situação não pedia isso, nada pedia verdade, a gente tirou as roupas com pressa, nos devoramos com a mesma pressa e depois ficamos ali observando o que faríamos nesse intervalo da vergonha, ele sempre me irritou, a forma como mascava aquele chiclete, nossa era ultrajante, o jeito que deixava a mesa no trabalho era de irritar, as vezes me oferecia café, risadas e algumas tequilas, nada certo, as coisas nunca se escreviam, as vezes eram outras talvez, ele sempre será a curva. Capitu 

[ vãos ]

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... foi muito bom aquela cerveja, as risadas, as conversas, as fotos, manda pra mim, gostei, valeu a pena, você sentiu tudo isso, foi intenso, aqueles copos, o dia quente, desculpa não saber o que falei de fato, mas foi bom, muito bom, já falei disso, mas o que fazer quando realmente foi bom. Beijos, Artur. Capitu. 

[ traços ]

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- por fim era isso. lamentamos, como lamentamos, teimosamente ficamos lamentando pra gente mesmo, não fala alto, não berra, não denuncia, aquela velha maneira de pensar que todo mundo pode traduzir, fuçar no peito alheio, eu mais evitei, mais desconversei do que tudo, ando vivendo em negação, sou essas que perdoa milhões de vezes erros imensos, mas fica ali naquela eterna camaradagem, amar não é tão grandioso assim como todos adoram afirmar. amar as vezes é uma merda. Capitu 

[ estoques]

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Andar pela casa está complicado, ainda mantemos uma arvore imensa, ray ray não encontrou os limites de um bom cachorro, já derrubou mais de cinco bolas natalinas, as pessoas que encontram elas, colocam elas de volta com a maior tranquilidade da vida, ao caixas, toalhas pra lavar taça pra lustrar, o sentimentalismo tomou conta de todos, afinar o violão, reorganizar as musicas, olhar constantemente o cardápio, isso tem me deixado exausta, são nesses momentos que exibimos sem querer quem realmente nos restou.  Capitu 

[ sinceridades]

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Aquele entre saí não estava ajudando ninguém, nem mesmo o dono do bar, era gente demais sem saber ao certo o que queria naquele local, aliás, saber o que se espera de um bar é um tanto pretensioso, bares servem pra não servirem pra nada certo, você chega ali, bebi sua cerveja, sua tequila, sua branquinha, depositas esperanças e saí cambaleando nas verdades, definitivamente a gente nunca sabe o que esperar de um bar. muito menos das pessoas. Capitu 

[ reinado]

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O semestre consegue ser mais corrido no final de ano, ainda mais nessa situação, de abandono, de retornos e de esgotamentos, as notas sempre atrasando o dia de pegar um sol, o professor sempre atrasado, porém, impecável, os cabelos alinhados, mesmo assim a sua voz sempre alertava que ele preferia estar tomando o mesmo sol que todos da sala, as notas iriam chegar, em algum momento alertou, elas chegariam isso era fato, entre discursos, risos, orientações, o cara novo se mantinha seguro, checava o celular, olhava de lance alguma conversa sobre um possível bar, a voz reguladora do professor foi se afastando, e o que restou foi o sol e a barba de Pedro.  Capitu 

[ ouvidos]

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Aquele bar que a gente frequenta quando têm uns 18 anos, quando começa a beber fora de casa, quando começa a paquerar cantor de musica pop, quando não tem dinheiro suficiente pra entrar em bares de guardanapo de pano. Era uma banda de samba-rock, pelo visto meu corpo sentia falta de samba, desse calor que dá quando o cara começa com um dois e três e vira, era saudade.  Capitu 

[ mesa-da-janta]

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O dia não costuma ser quente, ou sempre é e eu fico aqui fingindo que não é, quente está quente vai ficar, a andança na sala, na cozinha anda enjoando minha vista, é muita gente com pressa é muita gente lerda. As vezes quando dou garfadas no prato fino, é uma mistura de saudade, de fome e saciedade que não sei confessar, os pratos entulhados, talheres espalhados e o copo pequeno do licor, as conversas, risadas, lembrança, fotos empoeiradas, toda vez é assim, toda vez é assim. fico ali tentando alimentar o que não tem mais fome. Capitu  

[ outros]

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- em algum momento ... - eu sei. - você terá que sorrir. Capitu 

[ enfeites]

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- é que cansei de pedir desculpas, parece que cada esquina, cada porta, cada pessoa que for tromba preciso falar... desculpa, você esmagou meu coração varias vezes, você me quebrou mil vezes, mas ainda assim quem precisa falar desculpas sou eu, ele continuou calado, mais um monologo, aquela conversa com espelho que tem um reflexo diferente, o garçom foi empilhando as taças, os demais convidados foram se servindo e ele continuou ali, com seu copo quente... - a questão é que não sinto culpa, não preciso me desculpar por ser quem sou, mas pelo visto você sim. E o monologo acabou, ele foi atravessando a festa, falando com os amigos e antes que percebesse eu pedi desculpas. Capitu. 

[ rascunhos]

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- fui teimosa, ainda sou teimosa em relação a tudo isso, quero sempre as coisas do meu jeito, da forma como elas nascem em mim, mas esqueço você não faz parte desses planejamentos, só quero olhar pra alguém com toda urgência e receber a mesma urgência de volta, preciso saber que estou sendo amada de volta, que vai ter desassossego, não admito amar sozinha, não mais . Capitu 

[ perigos]

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a única coisa que consigo dizer hoje é que me esbaldei em você. Capitu 

[ troca-dilhos]

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- quantos anos você tem Capitu, quantos anos ? ta agindo como se tivesse 15 anos, como se isso aqui fosse ladeira que desce skate, isso aqui é vida, isso aqui é vida. ele segurava uma garrafa já vazia nas mãos, voltei a ver ele, enquanto ia bufando pela sua sala imensa tentava não me encarar, cabei suspirando e sentando pesada no sofá, abri mais uma cerveja e fui no gargalho mesmo, pra que educação quando se tem sede de soluções ? Capitu 

[ pensamentos ]

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...saud....como...oi ? / escrever qualquer coisa é angustiante, vivo de palavras, trabalho todos os idas com elas, pra elas, é delas que saí o sustento da minha bebedeira, é delas, quando era pequena adorava entrar na sala do meu pai e rabiscar todos os papeis possíveis, escrevi, escrevi, me rabiscava dependendo da urgência em falar com os dedos. aquele dia no café quando você estendeu seu braço pra eu escrever,  aquele dia você foi minha esperança. Capitu 

[ caixas ]

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gostei, ficou bom, essas palavras ditas com uma certa certeza deixam as pessoas satisfeitas, é assim com a minha mãe, fiquei o dia inteiro enrolando pra fazer qualquer coisa, minha mala ainda está semiaberta, já faz cinco dias que estamos aqui e mal tirei minhas coisas de lá antes de meu pai arrumar as coisas dele, ficamos algum tempo conversando e ele deixou escorregar que levaria um certo tempo até saber de fato o que tinha sobrado dele, e hoje é o que me pergunto, o que será que ainda tem em mim ? Capitu 

[ trocas ]

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- pensei em alongar mais a viagem o que você acha ? minha mãe estava animada, finalmente esses dias em Santa Rita seriam de sossego já que meu pai decidiu ficar na sua nova casa, parecia tudo novo, até decorar a fazendo deixava minha mãe animada, fiquei boa parte olhando as coisas serem desengavetadas, aquela esperança de quem sabe me desembrulhar junto só não queria mais ter essa saudade do que não aconteceu. Capitu  

[ erros ]

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- era você que tinha que ter beijado, que tinha que ter rido da piada sem graça, aceitado a bebida, ter falado sobre meu trabalho de escritora ou de publicitaria falida, era pra você que tinha que ter mostrado as fotos que costumo fazer das pessoas, me desculpe pelas pernas erradas, me desculpa por ter amado o cara errado, o moço que virou sócio do meu irmão que já tem uma vida solida com alguém me sorri, como se entendesse que também errou,  ficamos ali no café com nossos erros gritando em nosso silencio constrangedor o meu maior erro foi não ter esperança de que havia você Capitu 

[ coisas ]

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pensei que seria mais fácil, é mais fácil, deixaria de gostar dela, deixaria de lado todas as conversas pequenas e intensas de lado, sabe quando você pensa que realmente superou as feridas, é como se você “aceitasse” aquele resultado ridículo do jogo do seu time de coração, mas no seu canto a verdade é outra, ninguém consegui superar não ser amado. Capitu 

[confirmações]

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balanço mais um pouco meu copo na mesa, aliás, danço com ele pelos cantos ainda intactos da madeira, a casa está tranquila, férias, estamos de férias, a casa está repleta de esperas, antes de arrumar as coisas, antes de jogar as roupas na mala, de colocar o ray-ray no carro, bati na porta do moço compromissado, eu fiz o que sempre faço, comi, me enchi e saí. como bem diz minha mãe, eu não presto. Capitu.