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aquele esgotamento, a vontade de ficar parada, faz um tempo que ando precisando de espaço, o quarto virou um amontoado de caixas, o ray-ray se acomoda em qualquer canto, qualquer lugar é casa pra ele, me falta essa espontaneidade, tudo preciso ter chão, esse tempo que não esfria, esse cômodo que nunca foi meu, essa bebida que não gela, esse amor que não encerra.
minha tia colocando os copos na mesa, rindo das velharias sentimentais, fez aquela confissão de meia boca, querendo, mas se arrependendo do que vai falar, que todos os dias é um olhar no que não foi, no que ela tinha certeza que não seria, mas é aquele olhar de quem sabe, a gente se reconheceu ali, todas as mulheres da família se reconciliando com o que não foi, todas ali aos prantos sabendo o quão dolorido é conviver com tudo aquilo que nunca foi nosso.

nesse momento não éramos só sobrinhas, tias, mães, éramos mulheres.


Capitu. 

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