{daquele verão que virei menina moça}
Era dia ainda –
fazia um sol tímido, quase dizendo tchau, e eu bati na porta do seu
apartamento, meio aflita, com os olhos brilhosos, esperando algo de toda essa
nova conversa, minha tia tinha ido resolver alguns assuntos, eu ali na porta do
vizinho dela, querendo dar uma de menina adulta...
Ele abre a porta
com cara de ressaca, de quem bebeu todas e esqueceu até a dignidade no balcão
do bar, ele sorriu pra mim e deixou a porta aberta, entrei devagar, e fiquei
impressionada pela sua organização, ele caminhava pra janela e eu toda besta
vendo ao longe o calçadão carioca, vendo ao longe o sol se despedindo da
gente...
Ele diz que não
está bem, eu digo que não tem problema, que faço companhia, ele deita na cama e
eu do lado direito me achego, viramos o rosto ele sorri com os olhos e começa
dizer, aceita, água, suco, todinho ?!
Dou risada e ele
prolonga, café, vodka, vinho, e sem eu esperar ele oferece, amor ?! me achego a
ele e digo que aceito o amor.
- ai que
saudades me deu dele espelho, meu espelho sorri comigo e me aconselha a
procurar ele nas redes sociais da vida, eu tímida digo, não, é melhor não,
levanto da cama e caço ele nas tais redes sociais, torcendo que ele não esteja
casado, que não tenho envelhecido tanto e que ainda tenha aquela vontade de
mim...
Encontro ele nas
tais redes sociais, solteiro,charmoso e meus dedos coçam e deixou o seguinte
recado por in-box: “ lembra de mim?! A sobrinha da Luisa, Capitu, ontem
enquanto eu comprava uma passagem pro Rio lembrei de você, de uma saudade que
não tem cura, sei que eu saí fugida, mas
se serve de consolo você foi meu primeiro, beijos Capitu.
Da moça
bonita, de cabelos curtos e sorriso vasto
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