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Mostrando postagens de julho, 2025

[ d o r e s ]

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então é isso? escutei sobre o namoro, dos mesmo gostos, soube da alegria, mas o pedido me chegou tão dolorido, era óbvio que ia se dar em casamento, e nem é isso que dói, que arde. é saber que não vou te dar parabéns, porque nem amizade cabe nesse abismo que até ontem pensei que tinha sido construído por mim, mas você também fez questão dele existir.  to aqui passando tantas cenas na memória, da primeira vez que te vi, da primeira vez que meu coração acelerou, do cheiro que o dia tinha, da cor da sua roupa, do seus dentes tortos, de você eu me lembro de cada falha, de cada pedaço inteiro. se eu acreditasse na vida passada, diria que nos trombamos, mas que azedou, que não deu conta e que hoje, que nessa vida agora, você não se deu conta de me reconhecer como amor de alma. porque em mim, ainda cabe amor, mesmo negando, mesmo doendo, endurece o coração, não quis falar mais de você, porque quis que ao menos uma vez na vida, você lutasse por mim. essa é a história de meninas abandonadas...

[ destroços ]

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Estou me juntando - é dessa forma mesmo que pensou, catando os pedaços, dando corpo para o que restou - para o que não ficou estilhaçado no reflexo do espelho, taquei tantas verdades nele que não teve meio de suportar tanto passado.  Em meio aos cacos, rimos - para disfarçar o gosto de sal que as lágrimas deixaram, para ser superior até nesse destempero, sim, não quero dar o braço a torcer, chega de dor em mim, basta de ter meu corpo como instrumento de correção. Fui boazinha desde o útero - não chutava, não dava trabalho, saí dele, nem mamei no peito, não chorava, me deixava em um lugar e lá ficava - nunca dei preocupação, sempre fui contida. Cresci com peso, e não é do corpo que estou me referindo. E, mesmo espatifado no chão, o espelho me retrucou: - Se serve de incentivo, o chão não é o fim. Capitu.