eu te comecei inteira, integra de todos os sentimentos – de todas as palavras cheias, de todas as conversas sem reticências, com linhas tortas, com letras trocadas, recusando diagnósticos, revisitando afeto, mentindo além do desejado, porém, no meio do processo me fui tirada de mim, e só restou o caco do espelho me refletindo pela metade. nem a madrasta que não refletia teve esse desprezo. falei muito por muito tempo, depois veio a escassez de história, de amor, de tesão e final mente, fiquei eu. mas a verdade que não era bom falar de mim, mas sim de doer. te comecei no desespero, buscando reconectar algo aqui dentro, em meio as feridas fui tentando arranhar a escrita, e por um tempo isso deu certo, não precisei mais me tatuar para saber que ainda tinha sangue correndo em mim. voltei para falar dos casamentos, dos desencontros, dos mais velhos, do espelho falante, sou teimosa insisto em tentar. hoje já tem outras dores, outras securas, mas como disse ao espelho, não cabe am...