Sessenta e sete , de mim!



eu deveria lhe carregar em todas as praças, em todos os botecos, em todas as cadeiras vazias, deveria lhe carregar como as mães carregam seus filhos, como as leoas carregam seus filhotes, deveria lhe carregar como o tempo carrega a saudade, eu deveria lhe carregar como nunca fui carregada por alguém

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[ vazia é vão ]

 - eu queria te dizer olá, ou talvez um bom tapa na cara, é, um bom tapa na cara!  sinto falta de mim as vezes, falta da minha canalhice, é o que sou, canalha, puta, no melhor do seu significado, aquela que goza com vontade mesmo na dor da vida!  a você que eu amei com as pernas, tchau!  Capitu. 
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[ verão ]

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tenho certeza que minha mãe berrou,  foi atrás do meu irmão, só faltou chamar salva-vidas, continue ali fundo na piscina, fiz questão de soltar poucos sinais de vida, fiz questão de me dar esse desespero, fiquei pouco, coisa de minutos, porém a volta a superfície foi como seu tivesse ali há décadas, enquanto minha tia pegava toalha, meu irmão checava seu estava ali sã, e ele tentado secar sua dignidade, foi um mergulho, demorado, porém, um mergulho a piscina não é um mar, é funda, mas não tão funda assim, mesmo com todos os argumentos minha mãe fechou a cara, meu irmão voltou pro seu celular, a casa voltou com rancor a mesmice,  minha garganta seca não me deixava molhar as palavras, eu ensopada estava seca, ele colocou os pertences na mão e seguiu pro carro... a gente já não tem mais sede um do outro. Capitu.
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| v o n t a d e s |

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- não tenho ido a bares, a minha sede não acabou, ainda não reencontrei o bar, não reencontrei aquela vontade de copo barato, cerveja gelada e comida duvidosa, estou na ativa, nunca deixei de estar, só não encontrava as letras certas pra começar, sobre os demais amores, se foram, assim como a minha sede, eles podem voltar, mas não será na mesma intensidade da minha sede, o aventureiro casou, logo anuncia filho, ele sempre foi da outra, nunca meu, o outro pouco falo, o da infância brinca na minha vida adulta, estou falida sentimentalmente, voltei pra agência, estou produzindo folheto de supermercado, escrevendo em rodapé frases motivacionais, e desejando aquela casa no campo que a Elis cantava, mesmo não me dando bem com mato e vida rural. Estou de volta, cabelos trançados, olhos com resto de maquiagem, boca com fim de batom, ray ray continua faminto por aventuras, estou de volta, aviso, estou de volta, madura , lendo Nelson, e escrevendo em cadernos da Cícero. Voltei! Capitu
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