[o que ninguém vai tirar de mim]


Eu to com gosto amargo na boca, gosto de decepção, gosto de desespero, quero arrumar minhas coisas, encaixotar minha vida e seguir, ir embora, ou nem encaixotar nada, quem sabe ir só com documentos no bolso a vida não fique mais leve, mais entendida, mais sóbria.
Não pense você que ando lidando bem com tudo isso, não pense você que ando lidando bem com as mesmas mazelas de antes, não pense você que eu aprendi a lidar com o caos que chamo meu coração, não sei lidar com gente, é isso, não sei lidar com gente.
Esses últimos dias minha vida virou vendável de emoções, eu que nunca mais voltei a ter sofrimentos caóticos, estou aqui segurando lágrimas, segurando desespero, segurando minha loucura, todos os dias estou me sentido tão feia, tão imperfeita, machucada.
E nem a cigana amiga de garrafa quis ler minhas mãos, mas ela sempre tem algo há dizer, sempre. Pegou nos meus braços e disse com sua sabedoria:
- Capitu, até quando você vai viver a espera dos outros em você?! Até quando você vai deixar sua vida nas mãos desses sangues sugas?! Você é dessas pessoas que todos querem castrar, ferir, algemar, você precisa entender você não é bicho domesticável, vá embora enquanto lhe resta fôlego, seja livre, seja cavalo selvagem, ganhe perna, mundo, ganhe você!


Capitu. 

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