( entulhos)
Confie, mais uma vez, fui ali
abrindo portas, gavetas, cadernos velhos, me abrindo, mostrando feridas
vencidas, lá fui eu, não sei mais como explicar essa dor, não sei como dizer
que estou em dor. Quero pisar em cacos, e durante esse processo se der pra
rasgar minha pele será ótimo, voltei pro bar, escolhi a melhor garrafa de tequila, o garçom me
ofereceu a que estava aberta, mas desta vez berrei, com pus na garganta, mas
berrei : - não quero nada começado, quero começar! To exausta de coisas começadas,
cansada dessa gente me empurrar o que já ta gasto, não chego gasta, ferida, talvez,
nunca chego gasta na vida de ninguém! Tequila desceu ardendo minha garganta, que
saudade dessa sensação de queimação, que saudade de pegar fogo, estou doendo, entenda bem,
doendo, não doente, doendo e não tem receita caseira que de jeito, ela
voltou, a gente aprende que não dá para andar sozinho e no meio dessa dor me
pergunto como atravessar a rua da vida sem dar as mãos? Atravessando, sendo
atropelado, caindo ali, ralando aqui, uma hora a gente chega do outro lado!
Capitu