(bofetões)



semana passada, ou alguns dias atrás, talvez meses, ele casou, formou casa certa, no fundo raso de mim sabia que isso aconteceria sem mim, que essa casa certa, que esse anel não tinha a medida do meu dedo torto, não tenho bebido nada, álcool deixou de ser certeza, ressaca não é mais festa, tem dia que quero deitar no asfalto e queimar toda minha carne, na esperança de sentir dor física, o novo furo no nariz doeu bem pouco, não deu pro gosto, nem topa o dedinho nos cantos dos moveis tem despertado minha carne. Não é falta dele, nem dos demais e muito menos dela, mesmo assim é falta, falta de minhas verdades, dos meus escândalos, dos copos trincados em boteco ferrado, falta de sangrar amor. Ficar adulta não é garantia de maturidade, e daí que pago as contas, que compro a comida do ray-ray, que lavo as roupas, até cozinho ovo pro café da minha na agência, isso não é garantia de sanidade mental, o corpo se acostuma bem a rotinas cretinas! Quero voltar a andar em bar, não botecos, quero bares sofisticados, copo bem limpo, bebida gelada, mas não com a minha identidade de agora, quero andar nesses lugares sendo a outra, sendo alguém com perspectiva de sucesso, quero andar nesses bares com perfeição, dormir em cama que tenha lençol caro, dar nome errado, quero ser cretina, dar numero errado, falar nome diferente, quero ferrar com a vida de alguém, pra experimentar essa sensação de tirar a esperança de alguém!

Capitu!

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